Poesia
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Agonia de um Filósofo
por Augusto dos Anjos



Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto

Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo...

O Inconsciente me assombra e eu nele rolo

Com a eólica fúria do harmatã inquieto!


Assisto agora á morte de um inseto!...

Ah! todos os fenômenos do solo

Parecem realizar de pólo a pólo

O ideal de Anaximandro de Mileto!


No hierático areópago heterogêneo

Das idéias, percorro como um gênio

Desde a alma de Haeckel á alma cenobial!...


Rasgo dos mundos o velário espesso;

E em tudo igual a Goethe, reconheço

O império da substância universal!

(Eu, 2)

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